segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Mulheres excêntricas

Pensando sobre as duas Edies (Edie Sedgwick e Edie Beale), cujas vidas foram retratadas em filmes que vi recentemente, achei que o destino de muitas mulheres excêntricas (Virginia Woolf, Diane Arbus, Maísa cantora entre outras) foi parecido e não trouxe nada de bom a elas mesmas.
A excentricidade e a genialidade artística parecem não ter feito bem a vida dessas mulheres pois a maioria não teve um fim bom.
Nem aquelas que morreram naturalmente viveram naturalmente.

domingo, 30 de agosto de 2009

O maltratar do cavalo

O cavalo é um animal magnífico e potente.
Mas o cavalo se deixa domar meio fácil.
E sofre muitos abusos.
Este da foto é uma égua (ao menos me parece) e foi mal amarrada em algum lugar na rua para comer grama de alguma calçada.
Só que ela se soltou e ficou por aí arrastando a corda.
Eu se pudesse brigava com o dono dela.
Essa corda pode prender em algum lugar e esganar a equina.
Mas o dono dela deve ser muito pão duro e preguiçoso.
Assim só posso torcer pela amiguinha de quatro patas que de tão magnífica foi reduzida a quase pó.
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Ipê Amarelo

Ipê Amarelo, linda e frondosa árvore.
Só se mostra esplêndida uma vez por ano.
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Máquina de escrever

   Estava andando meio a esmo, procurando um Ipê Amarelo para fotografar, querendo saber se a Regina que abriga cães tinha mesmo se mudado, se o bloqueio da rua continua quando vi essa máquina de escrever.
   Esse lugar é ao lado de um córrego. Foi meio privatizado na surdina e talvez alguma criança brinque lá e essa criança deve ter esse esqueleto de máquina elétrica.
   Achei inusitado e tirei a foto que pena ficou escura. O lugar é muito sombreado. Tem barulho de água e pouca gente deve passar lá. Dá para ficar sonhando muito. E eu também já sonhei com máquina de escrever.
A primeira que usei era uma do meu pai mecânica.
Depois teve a portátil da minha irmã que tinha orgulho dela (era marronzinha bonitinha).
No Museu em que eu trabalhei tinha uma elétrica grande.
Aí acho que a minha irmã comprou uma Olivetti elétrica portátil preta igual a essa e depois eu comprei uma Olivetti portátil branca feita em Singapura.
Essa máquina era linda mas com o passar do tempo não usei mais e como gostava muito dela dei na esperança que fosse bem usada pela pessoa que ficou com  ela.
Meu segundo computador, um IBM Aptiva preto com design super arrojado também foi lindo. Também dei e sei que foi usado até o osso.
Tinha o Windows 95.
Depois disso meus teclados não tem mais mágica.
Até comprei um MAC mas me frustei pela falta dos caracteres da Língua Portuguesa.
E além do mais o computador agora não é mais para escrever mas para muitas coisas do cotidiano.
Acabou a mágica da máquina de escrever.
Mas hoje quando me deparei com essa máquina da foto, meio depenada e cheia de folhas me reencontrei com a menininha que eu sempre busco.
Busco a menininha que eu fui porque ainda sou ela.
E não sei explicar o porquê mas durante toda a vida eu sinto essa idéia de divisão, de distanciamento de mim. É como se todo dia eu estivesse me partindo em pedaços difíceis de reconstruir.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A marca e o conteúdo


A marca Motorcraft sempre esteve presente em minha casa.
Meu pai tinha uma indústria de autopeças e vendia para a Ford.
Não interessava o fabricante, todas as peças levavam a marca da montadora.
Sempre apareciam umas caixinhas dessa marca em casa.
Meu pai devia levar para adaptar alguma coisa.
É conduta corrente essa de uma marca usar produtos de vários fabricantes.
Fabricantes devem ser pessoas com auto-estima alta porque não se importam em ficar no anonimato.
Hoje em dia, com a cultura dos "Quinze Minutos de Fama" o anonimato é uma indecência.
Mas a fama é um caminho difícil de ser percorrido.
As vezes para ser famoso não é necessário ser o criador do conteúdo mas sim o criador da etiqueta.
Por isso tem tanto Ghost Writer por aí.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Muro


Há um muro entre mim e eu mesma?

Não.

Mas há distância, estranhamento, desencontro.

Tudo por causa do querer ser e não ser.

É que a gente quer ser especial.

Mas a gente somos inútil!


(música do Ultrage a Rigor)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vermelho


Vermelho intenso, sangue.

Sangue é vida ou morte?

Vida vermelha são rosas.

Rosas vermelhas são amor.

Amor são tantas coisas.

São sorrisos, movimento e lágrimas.

Amor é moto contínuo.

Morte é...morte é fim?

Morte é vermelha?

Morte é sangue?

Quando um morre antes de enterrar fazem a formolização.

Com um aspirador horrendo tiram todo o sangue e colocam formol.

Ai, dó de mortos!

Dizem que quando Deus fecha uma porta abre uma janela.

Ou é o contrário?

Mais fácil sair pela janela e entrar pela porta.

O amor entra de qualquer jeito.

Ah o amor que acende fogo entre as pernas!

Amor de fogo, amor vermelho.

Mas o vinho também é vermelho!

O vinho embriaga e faz rir.

O vinho ao enésimo centésimo quadrado mata.

O vinho diminui o colesterol e protege o coração.

PROTEGE O CORAÇÃO!

Faz me rir, cara, o vinho entrega o coração, entrega o amor que é vermelho como ele.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Medo



Eu, tu, ele, nós, vós, eles; todos temos medo.

Eu moro num condomínio com muros altos mas pelo menos não temos iluminação nas ruas.

Quer dizer, nos protegemos com o muro mas nos libertamos com o escuro e com a possibilidade de ver as estrelas.

Na minha cruzada através do medo, que Deus me perdoe e que a Virgem Maria esteja comigo.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Não buzine, faz barulho!



Mamãe querida, eu sei que a senhora gostava muito de acender a lareira mas eu não posso comprar lenha e nó de pinho desse homem. Ele assassinou a nossa língua mamãe, a Língua Portuguesa.
Não é porque a vovó tinha bigode que eu vou aceitar isso. E o bigode da vovó nem era bigode de verdade, era buço. Buço de mulher.
Esse homem até que usou umas letras bonitinhas no cartaz.
Todo mundo que já tentou sabe que é difícil escrever cartaz assim, tem que colocar as linhas. Vai ver que ele usou estêncil.
E ele tem até cachorro.
Mas mamãe, eu não vou buzinar para comprar lenha.
A senhora sabe que eu sou discreta, na verdade eu sou discreta como um fantasma... ou seria discreta como um gato. Tenho luvas nos pés?

Viva hoje como se fosse o último dia de sua vida, faça sua meditação.PS_DSC01215


Sim a vida é uma só.
Amanhã não sei o que acontece.
Todo mundo espera um amanhã melhor.
Todo mundo espera abrir a porta e encontrar um sorriso.
Muita gente espera encontrar um amor.
Eu também espero encontrar um amor.
E espero encontrar também o Humor.
Erros de Português na rua sempre são engraçadinhos.
A pessoa nem sabe que errou (ou sabe?).
Mas você lê e pensa.
Pensa no erro de Português.
Aí se for um fotógrafo ou se estiver com uma câmera, um celular com câmera, fotografa.
Aí quer mostrar.
Mas mostrar porque sabe que o Português está errado ou mostrar a mensagem?
A mensagem é legal.
Eu vivo sempre como se fosse o último dia de minha vida.
Mas eu não consigo fazer meditação.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Mamãe querida

Minha querida mamãe, obrigada pela vida que me deu. Me desculpe pelo que não pude fazer e pelo que fiz errado. No imenso amor que sempre senti pela senhora me perdi. Agora a senhora está no céu. Ainda bem que não sofreu. Não esperou eu chegar porque eu achava que partiria mais tarde. Mas partiu cedo. Sua falta será incomensurável mas ao mesmo tempo sua presença que sempre carregarei em mim será de alguma maneira reconfortante. Agora mamãe, vou encontrar seu corpo vazio, sem vida. Muitos beijos da sua filha que a ama muito, Lena.